terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Valeu, mano, um dia a gente se encontra!

"Às vezes quando eu atendia ao celular, aquela voz do outro lado da linha, carregada em tom barítono e arrastada dizia 'VEEEEEEEEEEEERRMEE', e quando eu ria deste velho bordão que sempre soava como se o tivesse escutado pela primeira vez, ele soltava mais essa: 'saudações culandezas' – adorava chamar ironicamente a capital baiana de 'culândia', rs. 'Diga aí mano velho, tudo em riba?' E aí começava a falar de música, me mostrar arranjos, comentar sobre projetos, fazia questão de me incluir, me incentivar, dizia que sentia minha falta, que eu precisava tocar mais! Eu e Álvaro Assmar não entravamos muito em detalhes sobre nossa vida pessoal. Em geral, conversávamos mais sobre música, shows, produção, projetos, gravação, e curiosamente quando nossos instrumentos musicais dialogavam nos palcos, pareciam às vezes estabelecer uma conexão muito maior e mais profunda do que qualquer palavra que disséssemos um ao outro. Às vezes ia à sua casa para ensaiar alguma coisa e boas gargalhadas eram garantidas. Mesmo com algumas tensões que eventualmente pudessem ocorrer tal como é comum em qualquer relacionamento, nossa amizade sempre foi preservada e caracterizada por sinceridade e admiração mútuas. Conhecemo-nos em 2004, na última edição do projeto Wednesday Blues idealizado por ele. Várias vezes participávamos nos shows um do outro e sempre que podia ele fazia questão de dar visibilidade ao meu trabalho em seu programa de rádio, seus shows, falando do quanto acreditava no meu potencial musical, assim como o fez com outros músicos que apadrinhou e que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Foi uma das pessoas que mais me incentivou na música, foi uma referência, um mentor e, acima de tudo, um amigo! Estou muito sentido mesmo com sua partida tão repentina e sensibilizado com a dor dos que lhe eram mais próximos afetivamente. Fica minha homenagem a este grande parceiro musical, relembrando alguns momentos que felizmente foram registrados, ao passo que deixo meus sinceros sentimentos e votos de solidariedade à família, principalmente aos que conheço - Adalgisa (esposa), Eric e Vithor (filhos) - e desejo que logo essa dor que sentimos e esse aperto no peito possa se dissolver e dar espaço para pura gratidão e celebração de sua existência e feitos. Aliás, dentro de mim, Álvaro Assmar continua vivo. 'Yeah!'"  

Luiz Rocha


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Country Blues da pesada...

Registros da sonzeira da banda de country blues Muddy Town no espaço Vodoo World em Salvador. Nesta noite rolou o groove com altos duelos (ou seriam diálogos?) entre a gaita de Breno Pádua e o banjo de Vitor Rios, acompanhados de Daniel Laninni no baixo e Tácio Lima na percussão. É claro, tudo isso dando base para o vozeirão e o violão de Mardou Monzel e a participação do gaitista Luiz Rocha que entrou de gaiato no navio! Que venham os próximos!

Veja e ouça a Muddy Town!!!










sábado, 16 de dezembro de 2017

Resenhas gaitísticas da semana

Nos dias 13 e 14 de dezembro recebemos com alegria em Salvador a visita dos músicos Júlio Rêgo (harmônica) e Ricardo Vieira (violão de sete cordas), que vieram de Aracaju/Se para se apresentar nas respectivas datas no Museu de Arte da Bahia (Corredor da Vitória) e no Espaço Cultural D’Venetta (bairro de Santo Antônio). Também estava lá entre o público os gaitistas Luiz Rocha, Breno Pádua e Diego Orrico, que prestigiaram o som, garantiram sua cópia do álbum autoral "Chegada" e ainda bateram um saudável Papo de Gaita! Lendo sobre a história do duo ficamos sabendo que iniciaram em 2015, porém, o trabalho constitui a soma das identidades musicais de Júlio Rêgo e Ricardo Vieira, cuja amizade e admiração mútua tem se desenvolvido ao longo de vários anos em projetos musicais distintos. Juntos eles desenvolvem um trabalho de pesquisa, composição e performance de música instrumental brasileira, fundindo um dos instrumentos mais emblemáticos da nossa tradição musical - o violão de sete cordas - com a harmônica (gaita), instrumento que tornou-se referência em diversas culturas musicais do mundo. O resultado pode ser conferido no youtube, onde achamos vários vídeos de interpretações de suas canções autorais.Vale muito apena ouvir a riqueza de sons que a dupla extrai de seus instrumentos! Júlio e Ricardo, voltem sempre! Gratidão à Marcia Portela pelas fotos!

Luiz e Marcia atentos à sonoridade marcante do duo

Júlio Rêgo e Ricardo Vieira

Da esquerda para a direita, Luiz Rocha, Júlio Rego, 
Diego Orrico e Breno Pádua, a turma da gaita

Pra quem quer conhecer melhor o som do duo

domingo, 3 de dezembro de 2017

Que gaita devo adquirir para começar?


Esta é para você que está pensando em adquirir a sua gaita pra começar! Estes são dois vídeos, um workshop do gaitista Val Tomato e outro do Rodrigo Brasileiro, que falam sobre os tipos de gaita e algumas das suas características principais. Eles também descrevem os diferentes modelos de cada uma. Confira também o que eles falam sobre o que acontece com aqueles que já vão pensando em comprar a gaita mais baratinha do mercado pra não gastar tanto. Será que o barato sai caro?



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Aulas de Gaita gratuitas na web

Um site que pode ajudar bastante no aprendizado da gaita se chama "Academia De La Harmonica", criada por Tony Eyers, de Sydney, Austrália, que iniciou no instrumento desde a década de 70. Ele tornou-se um músico de blues popular, liderando a mais conhecida banda de blues de Adelaide por alguns anos embora tenha desenvolvido um novo estilo de tocar baseado no Bluegrass e na música Irlandesa. Seu CD "Black Mountain Harmonica" foi muito bem recebido pelos músicos de harmônica em todo o mundo. Seu site possui algumas aulas gratuitas cujos links separamos aqui e renomeamos na língua portuguesa.

0 – Plano de Estudo (página de onde extraímos os links a seguir)

1 – Os primeiro sons na gaita

2 – Tablaturas

3 – Ode to Joy (parte 1)

4 – Ode to Joy (parte 2)

5 – Região aguda 

6 – Região média e escala maior 

7 – Treino do orifício 2a 

8 – Frases de Blues 

9 – Escala de Blues com bends 2ª posição 

10 – Blues de Terceira posição

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Ajustes na gaita: altura das palhetas e afinação

Este é um vídeo que vale muito a pena para quem está começando a se aventurar em abrir sua própria gaita e fazer alguns reparos. Aqui, o gaitista Brendan Power - muito conhecido por suas propostas de inovações nos modelos de gaita Susuki e por seu som peculiar explorando diferentes afinações e escalas - explica um pouco sobre a influência da altura das palhetas no som, como modificá-la a seu gosto, e dá dicas de como afinar seu instrumento. O mais legal é que está tudo legendado em português.



Embossing - Melhorando a resposta da gaita

Sabe aquela gaita que não responde adequadamente ao seu sopro e fica vazando ar? Ela pode estar com um espaçamento excessivo entre a palheta e a placa de vozes (placa contendo aquele vão por onde a palheta vibra). Isso pode ser corrigido abrindo a gaita e empurrando a palheta com o próprio dedo, para que ela fique mais próxima da placa, com uma abertura menor do que a que estava antes. Mas há uma técnica que alguns luthiers e customizadores de gaitas usam para deixar o som mais vedado e encorpado, tornando a gaita ainda mais sensível ao sopro/aspiração, eliminando boa parte dos vazamentos: chama-se "embossing". Esse vídeo demonstra como fazê-lo de duas maneiras. A primeira é mais rápida e exige menos precisão do que a segunda, embora esta última pareça mexer no slot por inteiro, enquanto que a primeira pega apenas 2/3 dele. Recomenda-se que se pratique antes numa gaita velha, e que verifique se não seria melhor investir em enviar seu instrumento a um luthier para garantir que o serviço seja realmente eficiente.