segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Conheça "The Metro´s Melody Man"

Quando é comum a maioria das pessoas deixar seus hobbies e paixões para trás, esse conto incomum de nunca desistir do que mais ama, inspira esperança. 

São 20h30 e é a hora do rush na estação de metrô Rajiv Chowk, em Delhi – Índia. Em meio ao caos e clamor frenético, perdura o doce som de uma gaita que chama a atenção de muitos passageiros.


Apesar de ser proibido tocar música dentro das instalações do metro de Delhi, Munindra Sagar é uma exceção. Com sua música, a atmosfera estressada da estação de metrô Rajiv Chowk parece aliviada. Originalmente de Haridwar, Sagar tem tocado desde a infância e pode tocar 40 músicas estranhas, que variam do devocional e patriótico ao romântico e emocional. 


Sagar leciona inglês numa Escola Britânica de Idiomas, Noida. Ele mora com a esposa e um filho em East Delhi, na Índia, e o que o diferencia de um professor comum é sua paixão por tocar gaita nas estações de metrô. Curiosamente, no instituto em Green Park, onde ele ensina inglês, muitos não conhecem o talento escondido de Sagar. "Eu contei apenas a alguns membros do corpo docente porque o gerente quer manter uma atmosfera séria. Eu tiro o órgão da boca na loja da Kuldeep Paranthe Wala, perto da estação de metrô Gautam Nagar. Há jovens casais que querem que eu toque uma música toda noite." 


Com uma marcha de Pied Piper (flautista encantado), este homem de 60 anos caminha soprando em sua gaita melodias de antigas canções de filmes hindi. 


Ele toca dentro do Metrô de Delhi desde 2011 e passou a ser conhecido como "Melody Man do Delhi Metro" (Homem melodia do metrô de Delhi) ou "Amazing Mouth Organ player in Delhi Metro" (incrível tocador de órgão de boca do metrô de Delhi). Sagar conta que a gaita é uma opção barata, útil e versátil para tocar música. "Há muitos jovens com violão para impressionar as garotas." No entanto, como qualquer outro instrumento, a gaita também exige paixão e dedicação. "Se você tem, você pode aprender em seis meses. Você precisa de pulmões fortes e controle sobre a respiração." 




Depois de se casar e com todas as responsabilidades paternas, ele não ficou com muito tempo para tocar. Por ano, ele nem sequer podia pagar por um instrumento. "Eu não tive escolha. Eu tinha de alimentar minha família ou brincar de gaita", disse ele em relatos colhidos nos links que serviram de fonte para essa pesquisa. Esta foi uma fase difícil em sua vida. As coisas mudaram em 2011, com um novo emprego. "Uma vez voltando do trabalho, comecei a tocar suavemente no metrô e as pessoas começaram a prestar atenção". Ele decidiu usar seu tempo para fazer o que mais ama – tocar gaita. "Eu percebi que deveria tocar para as pessoas". Quando começou a receber muitos elogios, Munindra encontrou um propósito de vida – tocar para as pessoas e espalhar a felicidade. 



Em sua página no facebook, podemos encontrar o seguinte status: "Começou um novo emprego em trabalho autônomo (autônomo) em música instrumental devocional. A música é terapia para a mente e a alma. Eu uso o humor como terapia para a mente e as almas inquietas. Eu também sou viajante."

Entre outros relatos nas pesquisas que fiz, encontrei esse rico depoimento: "Uma vez toquei por todo o caminho desde o meu instituto até a estação de metrô. Eu estava tão absorto em tocar que nem percebi quando passei pela verificação de segurança e cheguei à plataforma. Enquanto eu tocava suavemente, as pessoas na plataforma começaram a se reunir ao meu redor. Eles foram atraídos pela minha música", conta. "Uma vez o segurança me disse para guardar o instrumento, pois é ilegal tocar no metrô". Sagar respondeu: "Estou no meu direito, minha gaita irá me acompanhar até meu último dia." Quando os passageiros exaustos, frustrados depois de um dia de trabalho lhe ouvem tocar, encontram um motivo para se sentir bem. "Eu toco para fazer as pessoas felizes". 


Muitos oferecem-lhe dinheiro para tocar algumas canções. Mas ele sempre investe o valor em crianças para que possam estudar. Nesse vídeo a placa diz "Salve esta menina para tornar o mundo mais belo".



"Eu não faço isso por dinheiro nem por atenção, mas gosto de aplausos genuínos. Apenas uma vez eu aceitei duas mil rúpias de um velho empresário que queria que eu comprasse um instrumento melhor. Eu sou um sujeito maluco. Eu não pude me conter. Antes eu costumava tocar nos pontos de ônibus. Quando o metrô apareceu, pensei ser uma boa ideia. Mais cedo eu estava com medo das regras, mas agora estou ansioso para todas as noites. Eu não toco pela manhã porque, nesta hora, acho que não sou necessário para os passageiros." 


Outro dia, narra Sagar, sua rotina diária se transformou em um espetáculo. "Uma jovem veio e sentou-se ao meu lado. Logo ela começou a dançar ao som de 'O gorey gorey o bankey chhorey'. Uma multidão se reuniu e os guardas tiveram que intervir. Mais tarde, a garota me contou que teve um dia ruim, pois teve uma briga com o namorado e eu mudei seu humor". A garota em questão é Shreyanshi Shrivastava, uma estudante de jornalismo da Universidade IP e uma dançarina treinada de Kathak. "Eu não conseguia me controlar. Essa foi a atração de sua música. Acho que devemos promover essa música, pois ajuda a reduzir o estresse da ladainha diária. Em alguns países, há uma forte presença de artistas de rua e espaços públicos. Aqui, em nome da segurança, restringimos a arte. Acho que as agências devem permitir a expressão da arte, desde que ela não se torne uma ameaça à lei e à ordem", diz Shreyanshi. 

Sagar se tornou uma figura bastante popular na estação de metrô. Toda noite ele está lá por volta das 8h30 para acalmar os nervos dos passageiros, indo para casa depois de um dia agitado no trabalho. Suas músicas interrompem as conversas e fazem as pessoas se moverem ao ritmo das velhas ditties. Alguém viu jovens curiosos reunindo-se em torno dele, gravando sua música como toques, pedindo seu número de telefone. Alguns o acham um exibicionista, mas eles desaparecem quando descobrem que Sagar não é um buscador de atenção. Ele toca algumas músicas e segue em frente. 


"Ao tocar gaita, sinto-me extremamente perto de DEUS e sinto que minha alma está gostando. Eu sinto que quando eu toco harmônicas, os ouvintes esquecem o estresse, a tensão. Fico feliz em sentir isso que através do meu instrumento eu posso diluir o estresse humano. Este é apenas o meu motivo, tocar a mente e a alma e ouvir os ouvintes felizes através da música".






FONTES:






sexta-feira, 20 de abril de 2018

Jerry "Boogie" McCain, o herói desconhecido da gaita blues

Estou em 2018, e pesquisando sobre o gaitista Snooky Pryor no You tube, surgiu logo na sequência um vídeo de uma seleção de canções de outro gaitista que eu nunca havia escutado. Foi assim que descobri o álbum de 12 faixas "This Stuff Just Kills Me" do ano de 2000 do gaitista Jerry McCain




Não conhecia o trabalho dele, apesar de eu tocar gaita desde 2001 e gostar bastante do blues. Fiquei contagiado com esse som, o timbre de voz, as linhas de baixo tão criativas e bem características do blues tradicional, os arranjos, temas, os timbres dos instrumentos, uma gaita encorpada, sem escalas tão precisas tal como mostra a tendência dos gaitistas mais modernos, mas carregada feeling, de verdade. Tive a sensação de estar ouvindo alguém se expressando com honestidade, e não apenas se exibindo. Enfim, adorei especialmente as levadas slow "Jealousy", "Madison Mood". Então, logo percebi que se tratava de um álbum bastante maduro, que não foi gravado de qualquer jeito e nem por "qualquer um". Procurei mais gravações dele e encontrei outro álbum chamado "Love Desperado" de 1992, contendo canções um pouco mais rítmicas que o primeiro e linhas de baixo igualmente marcantes, desta vez, mais dançantes, entrando numa onda mais Rhythm Blues – destaque para "Non Stop Lovin'" e "Lovin' School". 



Decidi então pesquisar mais sobre a vida e obra do artista e descobri que o cara já não está mais entre nós, partiu em 2008 aos seus 81 anos e os dois álbuns citados foram os mais recentes de sua carreira, somados a "Blues 'n' Stuff", "Struttin 'My Stuff", "I've Got The Blues All Over Me", "Retrospectivas" e "American Roots: Blues", álbuns do final da década de oitenta e início de noventa, todos lançados pela Ichiban Records, ao que parece, a última gravadora por onde passou. 



Blogs estrangeiros e sites como Wikipédia contam que Jerry McCain foi um gaitista de blues americano nascido no Alabama, e dizem que não foi apenas um excelente gaitista amplificado, mas também um dos mais influentes, e um dos compositores mais engraçados do gênero. O cara podia tocar duas gaitas ao mesmo tempo, uma com a boca e outra com o nariz. O mesmo poderia fazer o mais conhecido Sonny Boy Williamson II, que disse ter inventado a técnica, mas McCain sempre contestou isso. Algumas fontes de pesquisa afirmaram que o artista fez parte do roll dos mais influentes gaitistas de blues da história americana, destacando-se por suas habilidades rítmicas no instrumento, e que suas canções foram e são admiradas por sua maneira natural e bem humorada de cantar, fazendo comentários sociais de forma um tanto irônica. Ao longo de sua carreira, ele passou de selo em selo, gravando canções autorais, na esperança de conseguir sucesso. Trumpet, Excello, Jewel, Gas, Continental, Romulus, Royal American, Rex, Okeh, todas produziram singles de Jerry na década de 1950 até a década de 1970. Dizem que ele escreveu e compôs sua própria música, e no estúdio fez tudo exatamente do jeito que queria, que era bastante teimoso, e por isso causou divergências com alguns donos de gravadoras. 

Estou desapontado, pois quase não há vídeos de performances dele. Esperava mais reconhecimento e registros para um artista desta categoria. Contudo, ao contrário da raridade dos vídeos ao vivo, há muitos vídeos no Youtube de suas gravações nos selos por onde passou. Vale a pena pesquisar cada época de sua carreira, já que demonstram variações de tendências, ora Blues, ora Rhythm Blues, Soul, mas sempre cultivando sua singularidade. Ele é definitivamente um herói desconhecido e a maioria das pessoas sabe de sua música "She's Tough" através da banda T-Birds (Kim Wilson) e da famosíssima "Steady" que é um clássico instrumental de todos os tempos. Infelizmente pouco ouvimos falar dele, embora sua importância para o blues não foi menor do que a de grandes nomes como Little Walter, Big Walter, James Cotton, Junior Wells, dentre outros "gigantes".  

Jerry McCain viveu no Alabama, um estado que não é conhecido como terreno fértil para os tocadores de gaita. Residindo ao longo da vida na cidade de Gadsden, ele era o mais novo de cinco filhos e tocava gaita desde os cinco anos de idade. Teve dois tios que também tocaram harmônica de boca e sua mãe tocava violão. Como um adolescente, ele também tentou com guitarra, bateria, trompete, até encontrar a inspiração em artistas como Sonny Boy Williamson I, e gradualmente, ir se tornando um gaitista. Contam que quando ele era jovem se inspirou em músicos itinerantes que tocavam nos bares locais e esquinas das ruas de Gadsden, desenvolvendo assim suas habilidades. Antes de fazer qualquer gravação, quando adolescente, Jerry costumava se apresentar na estação de rádio WETO, acompanhado por amigos tocando dois instrumentos bem característicos da época: um jarro (muito usado pelas Jug Bands naquela época, para extrair um som semelhante ao de um baixo ao ser soprado em sua abertura) e uma tábua de lavar roupa (as famosas "washboards" usadas para manter o ritmo, tocadas com um passar de unha, garfo ou dedal sobre suas ondulações). 

Em sua adolescência começou a tocar música semiprofissional e durante a década de 1950, com aproximadamente vinte anos, fundou sua primeira banda baseada nos tradicionais blues e Rhythm 'n' blues do sul, mas com uma nova abordagem, uma nova nuance que era agressiva e descontrolada, mas de uma maneira única para a década de 1950. Jerry McCain e seu Trio consistiam no próprio Jerry nos vocais e harmônica, Christopher Collins na guitarra, e os irmãos mais velhos de Jerry, Roosevelt e Walter, que tocavam bateria alternadamente. 

Era óbvio que, mais cedo ou mais tarde, os jovens músicos também queriam fazer um disco, conseguindo uma máquina de gravação barata em algum lugar do Alabama, e gravando sua própria versão de "Crazy 'Bout You, Baby", de Little Walter (de quem Jerry foi fã). A gravação foi enviada à Trumpet Records e gostaram tanto que os convidaram para a primeira sessão em Jackson, MS. A. Isto marcou a estreia de McCain na Trumpet em 10 de outubro de 1953, reforçada pelos homens da sessão de trompete, por David Campbell no piano, Herman Fowlkes no baixo, e Bernard "Bunny" Williams, que tocou o segundo instrumento solo, sax tenor. As músicas capturadas nessa primeira sessão foram "East Of The Sun" e "Wine-O-Wine". No ano seguinte, "Stay Out of Automobiles" e "Love to Make Up", que foram melhor gravadas. O curioso dos títulos de Jerry neste selo foi o emparelhamento de gaita com saxofone, instrumentos cuja combinação é incomum para um registro de blues. 

Jerry ganhou o apelido de "Boogie" por sua facilidade com melodias rítmicas aceleradas. "Boogie McCain" também foi influenciado por Sonny Boy Williamson II (conhecido como Rice Miller), tanto tecnicamente, como mentalmente – desde que os dois se apresentaram durante a primeira sessão de gravação de McCain para Trumpet em 1953, e ao longo dos anos, Jerry foi contagiado principalmente pela música de Little Walter Jacobs, chegando a dar uma canja com ele no palco em turnê deste último em Gadsden em 1953. Logo após iniciou gravações na Excello, de Nashville, a terra do Country Music, e durante sua temporada por lá (1955-57), desenvolveu seu estilo harmônico amplificado e letras de blues incomuns. Gravou como "Jerry McCain e His Upstarts". Uma faceta interessante das sessões de McCain na Excello foi a fusão de vários estilos de blues. Esse período rendeu o álbum "That's What They Want", com o amigo Christopher Collins na guitarra. A canção muito semelhante a "Mannish Boy", de Muddy Water (e "I'm a Man", de Bo Diddley) abordava um tema familiar: um cara com uma carteira vazia e sua capacidade de "pegar uma garota". "Run, The Uncle John!", "Trying to Please", "My Next Door Neighbor" e "The Jig's Up" também se destacaram.  

Uma curiosidade: Jerry "Boogie" McCain ganhou status de celebridade no mercado de jukebox do sul com os singles Stay Out of Automobiles, Courtin' in Cadillac, e outras peças vistosas para os rótulos Trumpet e Excello que o colocam na posição de artista de grande importância para o surgimento do Rock ‘n’ Roll. A última canção citada é um comentário social sobre a cultura da época, uma vez que os Cadillacs dos anos 1950 e 1960 foram alguns dos maiores veículos de passageiros construídos nos EUA, e foram certamente a exibição mais extravagante de riqueza, implícita ou real. Há inclusive um filme chamado "Cadilac Records" que retrata a ascensão do Blues de Chicago na década de 50 e a história de músicos lendários como Muddy Waters e Little Walter gravando para a Chess Records. 

Posteriormente, na década de 1960, Jerry assinou contrato com a Rex Records e gravou "She's Tough", seu single mais reverenciado de todos os tempos, juntamente com a instrumental "Steady". Os críticos consideram esta última como um clássico da gaita do blues e no mesmo patamar de "Easy", de Walter Horton, "Blues in the Dark", de George Smith, e vários dos melhores de Little Walter. "She's Tough" só veio a fazer sucesso 20 anos depois de gravada quando tocada em shows da The Fabulous Thunderbirds, banda do gaitista Kim Wilson. Nesta época McCain deu uma volta pelo Alabama e pela Geórgia e fez mais gravações. Lançou singles e álbuns para a Columbia, sob a gravadora Okeh Records (1962), e para a gravadora Jewel (1965-68)


Embora a instrumental "Jet Stream" – lançada em Okeh em 1962 – fora elogiada pelos críticos, a vida de músico não podia sustentá-lo e ele trabalhou como caçador de recompensas, como investigador particular (para a Williams International Detective Agency, Inc.). Trabalhava em qualquer tipo de caso, civil ou criminal, especializado em casos domésticos. 


Os King Bees (banda norte-americana de Rhythm Blues dos anos 1960) se dizem privilegiados e emocionados por terem tido Jerry McCain como um querido amigo e mentor por mais de 20 anos. 

Jerry McCain cresceu em segregação em Gadsden Alabama, onde permaneceu toda a sua vida. Ele levou a questão dos direitos civis muito a sério. As dezenas de canções que ele escreveu em uma carreira de seis décadas abraçaram a irônica observação social. McCain apoiou os objetivos do movimento dos direitos civis, mas não se considerou parte dele. Acreditando que os tempos perigosos justificavam a autodefesa armada, ele não podia se comprometer com a "não-violência" porque sabia que seu instinto seria revidar se fosse atacado. Ainda assim, ele admirava a disciplina de amigos e familiares não-violentos que participaram das lutas pelos direitos civis de Gadsden. Quando Martin Luther King Jr. falou em Gadsden em 21 de junho de 1963, McCain se juntou à caravana que escoltou King com segurança de Birmingham à Galilee Baptist Church de Gadsden. Ele apreciou plenamente os sacrifícios que muitos fizeram na guerra e em protestos e marchas para ganhar e garantir este direito para todos. Welfare Cadillac Blues (1970), uma resposta a uma canção country racista, colocou seu nome de volta nas jukeboxes, mas logo depois sua carreira se desvaneceu. 

No início dos anos 80, os deveres do detetive particular pareciam ser história, e mais uma vez Jerry estava concentrado principalmente em atividades musicais. Ainda assim, ele não fez nenhuma nova gravação até 1984. Em 1985 lançou mais dois singles em Merit e, em 1989, um na Heart Records: Um country chamado "Soul Shag"

Ainda em 1989, depois de um período de apresentações e turnês com bandas menos conhecidas, McCain assinou com a gravadora Ichiban e lançou os álbuns "Blues and Stuff" , "Struttin 'My Stuff" e "Love Desperado" já mencionados nos primeiros parágrafos. Apesar de sua atuação desde a década de 50, ele teve que esperar mais do que muitos de seus contemporâneos para ser convidado para a Europa, mas depois de sua primeira viagem em 1990, ele era frequentemente chamado para festivais e compromissos de clubes. Foi neste contexto que Jerry também lançou o CD "Broad Street Blues Bash", uma compilação à venda no 1997 Riverfest Event (o festival anual de música na cidade de Gadsden, que dedica um dia totalmente a Jerry, anunciado como "The Jerry McCain Broad Street Blues"). Durante seu tempo na Ichiban, McCain também lançou em 2000 um disco no selo Jericho, "This Stuff Just Kills Me", que contou com participações de Johnnie Johnson, John Primer, Anson Funderburgh, Jimmie Vaughan e percussão de Tommy Shannon e Chris Layton. "Unplugged" (2001) e "Boogie Is My Name" (2004) foram lançados no próprio Music Maker / Boogiedown Records, e ambos os álbuns provaram que o maestro da gaita ainda estava em ótima forma para sua idade. Em 2002 lançou American Roots: Blues, pela Ichiban Records. 



A trajetória de McCain reflete a exploração muito comum de músicos afro-americanos pela indústria fonográfica das "grandes gravadoras". Durante meio século, ele tocou e cantou o blues do Alabama, misturando humor, romance, comentários sociais e visão de mundo pessoal. Mesmo não tendo feito sucesso como outros gaitistas de sua época, e não tendo ganhado tanto dinheiro, sua energia e entusiasmo nos palcos permaneceram inalterados. Jerry foi um herói desconhecido. Viveu em Gadsden, dirigiu seu próprio clube noturno, "Boogie McCain's", e tocou aqui e ali ocasionalmente. Apesar do longo período no negócio da música sem o merecido retorno, ele não tinha planos de se aposentar. Faleceu aos 81 anos de idade em 28 de março de 2012 em sua cidade natal.












FONTES:

terça-feira, 17 de abril de 2018

MUDDY TOWN e seu country soteropolitano!!!

A banda Muddy Town vem se apresentando em eventos, bares e restaurantes de Salvador/Ba e já foi elogiada pelo jornalista Chico Castro com sua coluna no Jornal À Tarde. O grupo soteropolitano possui forte levada Country Blues e nasceu da vontade dos integrantes de darem continuidade ao som que faziam de forma despretensiosa quando tocavam juntos na saudosa temporada de jams ao pôr do sol no point musical Hot Doug’s Rendez Vous no Porto da Barra. Na ativa desde 2015, a banda expressa o interesse comum de seus membros pela música country, folk, bluegrass e também tem sua inspiração no blues. Suas apresentações privilegiam composições autorais e releituras de grandes compositores do gênero e afins como Hank Williams, Johnny Cash, Bob Dylan, Muddy Waters, Ray Charles, Tom Waits, dentre outros, regada a grandes solos de banjo, gaita, e um vocal feminino poderoso. Com um público cativo, as canções autorais da Muddy Town já são solicitadas em apresentações da banda pela cidade, tais como "Delilah" e "On The Grass", sendo esta última o título do recente Ep com 5 faixas de canções autorais. A banda é foromada por Mardou Monzel nos vocais e violão, Vitor Rios (Gigito) no Banjo, Breno Pádua na Gaita e Daniel Ianini no Contrabaixo.

Contatos: brenopbc@gmail.com; 99954-8472 (Breno)